“Já vai ter muita coisa e muita gente contra. Você tem de ser sempre a favor de você”
Conheça Rosi Teixeira, Head de Tecnologias Emergentes e Comunidades na ThoughtWorks, e mentora da vez no PrograMaria Fala!
O PrograMaria Fala desse mês vai ter a honra de receber Rosi Teixeira, Head de Tecnologias Emergentes e Comunidades na Thoughtworks e ativista por uma tecnologia mais inclusiva e transformadora!
Vamos recebê-la ao vivo para responder às suas perguntas no dia 12/05, às 19h, as inscrições são gratuitas e podem ser feitas por este link! Você ainda terá a oportunidade de mandar perguntas direto para Rosi, além de concorrer a uma mentoria exclusiva com ela, para falar de carreira, jornada, temas técnicos e muito mais!
INSCREVA-SE GRATUITAMENTE E PARTICIPE!
Soteropolitana, simpaticíssima e muito focada em fazer seu papel para promover mais diversidade na fronteira do desenvolvimento tecnológico, Rosi é tecnologista há mais de 25 anos, amante e patrocinadora do trabalho em equipe e, conforme escreve em sua minibio, “acredita na força do coletivo e em como pessoas diferentes podem construir coisas incríveis juntas”. E é com esse espírito que ela trabalha para fazer produtos e serviços que transformem os negócios e a nossa sociedade!
Rosi é Bacharel em Ciência da Computação, Especialista em Sistemas e Aplicações Web, com MBA em Formação de Consultores de TI, tudo na Universidade Salvador, e hoje ocupa um cargo de liderança em uma das consultorias mais importantes do mundo.
Trilhou toda a sua jornada profissional na tecnologia e começou cedo, com a ajuda da mãe, a entender melhor o mundo dos computadores.
“Minha decisão pela área de tecnologia aconteceu bem antes da faculdade. Eu já fiz Ensino Médio técnico em Processamento de Dados e acho que o clique para que eu escolhesse essa carreira foi 100% baseado na curiosidade pelo novo! Na época, não se ouvia falar em computadores, tecnologia, programação… Eu mesma não conhecia nem tinha interação com nenhuma pessoa programadora, era uma realidade muito distante para mim e pra minha família. A primeira pessoa a ter interesse por algo relacionado foi minha mãe. Ela me teve muito cedo, com apenas 17 anos, e nós sempre fomos muito próximas, tínhamos os mesmos interesses e quando ela se inscreveu no curso de informática, eu fui até a biblioteca e peguei um livro de BASIC (uma linguagem de programação). Foi nesse momento em que eu comecei a entender como aquilo tudo funcionava e o que aquela máquina podia fazer – foi ali que eu entendi que era o que eu queria fazer. Terminei o ginásio e fui atrás de uma escola técnica em processamento de dados”.
Rosi nos contou que, apesar dos muitos desafios, ela nunca mais parou. Um dos seus maiores desafios aconteceu logo no primeiro emprego, onde, sozinha, teve que abrir o caminho da automação na Universidade onde trabalhava.
“Eu estagiei durante bastante tempo num órgão público e quando estava no último ano do técnico, passei no processo seletivo para trabalhar na Universidade Salvador e foi ali que eu tive meus primeiros desafios com tecnologia, mesmo. Eu era a primeira funcionária na área, que havia acabado de ser criada. Não havia nada: as máquinas não estavam nem em rede local ainda e eu entrei nesse momento em que eles estavam tentando se informatizar. Havia apenas um professor do curso de computação, que era o chefe desse setor, e eu.
“O mais difícil foi entender a dimensão do que eu poderia fazer ali: o que eu resolvo? O que eu faço? Eu não tinha ninguém pra perguntar, era tudo novo para o meu chefe também. Primeiro, comecei a assessorar as pessoas com coisas pequenas, e aí, juntos, eu e meu chefe, fomos entendendo o que mais poderia ser feito, construindo o banco de dados da faculdade. Foi muito legal que, durante o período em que fiz a faculdade, eu já era a responsável pelo banco de dados da própria faculdade.
“Mas, a Síndrome da Pessoa Impostora fica com a gente, né? Eu sempre tive esse ponto e, mesmo hoje, eu ainda tenho: como eu faço isso? Será que eu estou tomando as melhores decisões? Será que estou no caminho certo?
“O momento em que eu mais senti que era isso mesmo o que eu queria fazer foi quando eu vi a primeira matrícula que operacionalizei do começo ao fim, entendendo cada passo, tudo o que eu estava fazendo, e arrumando os problemas que apareciam no meio do caminho. Esse foi o momento que eu disse: ‘nossa, menina, é isso aqui, tá dominado, ninguém me segura!’
“Foi a hora que eu entendi que era capaz de ir além do que tinham me ensinado e isso é muito poderoso. Eu sempre entendia as coisas da faculdade, mas o dia a dia é muito diferente. Quando você gerencia as coisas e tem esses problemas específicos não tem pra quem perguntar. Então eu tinha que descobrir sozinha.
No final, é também entender que já vai ter muita gente e muita coisa contra, você tem que ser a favor de você.”
Hoje, a Rosi é uma é uma liderança crucial na Thoughtworks e tem um papel novo também para a companhia: “conectar a consultoria com comunidades externas e fortalecer as comunidades internas, incentivando o crescimento de ambas com tecnologias emergentes”. Ela explica que essa liderança busca articular todos esses atores de forma que haja intencionalidade ao trazer essas novas tecnologias pro nosso dia a dia.
Apesar de estar há apenas 6 meses nesse cargo, Rosi já tem uma jornada longa com liderança. Em seu último cargo, na própria Thoughtworks, era responsável por 24 squads em um projeto para um cliente. Para ela, essa mudança recente de cargo significou um movimento estratégico na sua atuação por uma área de tecnologia que seja mais inclusiva.
Como mulher negra e nordestina, Rosi sabe que sua presença na tecnologia, ainda mais na liderança, é muito significativa.
“Não trabalho por títulos, eles não são importantes pra mim. O meu trabalho e o meu espaço aqui é de mudança do mundo que a gente vive e a TW (como muitas pessoas apelidam a Thoughtworks) é uma empresa que me dá espaço para cumprir esse propósito. Dentro da minha trajetória de liderança, vinha recebendo muitos feedbacks positivos sobre como lidava com meu papel como líder e quando esse convite apareceu, já tinha feito essa reflexão de que queria fazer algum novo movimento. Sei que minha narrativa se conecta com muitas pessoas e queria dar escala para isso, estar numa posição de liderança numa consultoria como a TW é muito estratégico – e é também sobre colocar pessoas como eu em lugares de liderança.
Se cheguei aqui foi porque muita gente sangrou e batalhou. Então quando eu, uma mulher preta do nordeste, chego, eu crio um futuro possível para muita gente. Eu tenho consciência disso e sei que é o que eu quero fazer. Às vezes dá medo, mas não dá pra ter a história que eu tenho e não ocupar os espaços que aparecem pra mim – se depender de mim vai ter muita gente preta na liderança, sim!”
Quer ouvir mais sobre essa mulher incrível e ter suas perguntas respondidas por ela, ao vivo?
Então inscreva-se gratuitamente para o PrograMaria Fala, que acontece no dia 12/05, às 19h, pelo link abaixo e envie sua pergunta!
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