Start up, inovação, canvas, aceleradoras, venture capital, economia compartilhada…

Ouvimos muitas palavras e expressões que se tornaram praticamente obrigatórias no universo do empreendedorismo. Mas como esses termos podem auxiliar quem deseja tirar uma ideia do papel? A designer Amanda Mota trouxe um pouco de luz a essas ideias em um workshop para a turma do curso Eu Programo.

Começamos definindo o que é uma startup. O termo começou a ser usado no Brasil durante a bolha da internet, entre 1996 e 2001. Até hoje o seu significado gera muitas discussões: uns consideram que qualquer empresa iniciante pode ser considerada uma startup; outros, que apenas aquelas que conseguem crescer rápido e com poucos recursos. Hoje, um dos conceitos mais aceitos é o do autor estadunidense Eric Ries, criador do movimento lean startup (startup enxuta) e autor do livro homônimo: “uma startup é uma instituição humana projetada para criar novos produtos e serviços sob condições de extrema incerteza. Muitas falham, não porque os produtos ou serviços são ruins, mas esses produtos e serviços não têm valor para os clientes”.

Ou seja, uma empresa de um mercado tradicional enfrenta muitos desafios, mas sabe minimamente onde está pisando. Há recursos: pode buscar dados, fazer pesquisas com consumidores que conhecem o produto e analisar o mercado. Agora, no mundo das startups, não importa se a empresa é grande, média, pequena, criada por uma empreendedora experiente ou por jovens em uma garagem: lidar com a inovação e com a “extrema incerteza” traz grandes riscos e ambientes hostis.

Modelo de negócios
Mas como minimizar isso?

Alexander Osterwalder, autor do livro Business Model Generation – inovação em modelo de negócios, criou uma ferramenta de gerenciamento estratégico que permite desenvolver e esboçar ideias novas ou existentes: o business model canvas (quadro de modelo de negócios), que busca responder basicamente as quatro perguntas abaixo:

  • Como? – atividades e recursos-chave
  • O que? – proposição de valor
  • Para quem? – segmentos de clientes, canais e relacionamento
  • Quanto? – estrutura de custos e fluxos de receita

 

business-model-canvas1

Depois de criar o modelo de negócios, o movimento que defende a ideia de startup enxuta, sugere o desenvolvimento do Produto Mínimo Viável (MVP, na sigla em inglês). A ideia é bem simples: o cliente pode dizer que quer algo, mas só é possível ter certeza quando o produto é oferecido. Por isso, a ideia aqui é desenvolver a maneira mais rápida de oferecer o serviço ao cliente, de forma a testar seu real valor. É importante dizer que o conceito de MVP não é necessariamente a versão mais barata do seu projeto. Um bom MVP entrega aos usuários o essencial de uma ideia, o que vai permitir que o conceito-chave seja entendido rapidamente para que, através do uso, a ideia seja validada – ou não.

Um exemplo de MVP eficiente é o Dropbox: em vez de desenvolver o produto diretamente, a empresa criou um vídeo muito simples que mostrava como funcionaria a ferramenta. Assim, os criadores puderam perceber quantas pessoas clicavam no link para comprá-la. Com essa estratégia, é possível realizar um ciclo de testes das hipóteses e do valor para o cliente, medir os resultados, aprender e rever trajetos, se e quando necessário.

Agora, é intensificar todos esses conceitos, colocar a mão na massa e tirar as suas ideias do papel!

 


Vivian Peres é jornalista formada pela Unesp com MBA em marketing pela ESPM. Trabalha com comunicação corporativa há mais de dez anos. Mas seu maior sucesso aconteceu em setembro de 2015: a chegada do seu filho Francisco.

Foto: Leticia Nogueira Costa


Textos do Curso Eu Programo

Este conteúdo foi escrito com base no workshop Como Tirar sua ideia do Papel, do Curso Eu Programo, de introdução à programação e desenvolvimento web. Veja outros textos baseados no material do Curso Eu Programo, clicando aqui.