A importância das iniciativas de diversidade e inclusão para mulheres na tecnologia no Mercado Financeiro foi o tema desta edição do PrograMaria Encontros
O mercado financeiro e a área de tecnologia compartilham um triste fato: são áreas ainda predominantemente masculinas. Enquanto apenas 20% do total de profissionais brasileiros de TI são mulheres, elas também representam somente 22% das pessoas investidoras do tesouro direto ou da bolsa de valores.
Quando olhamos para cargos de liderança, o desafio se aprofunda ainda mais: segundo o Women in Financial Services 2020, publicado pela Oliver Wyman, dentre os principais bancos do país, apenas 10% dos cargos de altos executivos são ocupados por mulheres. Ao mesmo tempo, o compromisso com diversidade nas empresas é um diferencial estratégico e buscado pelos talentos que cogitam se candidatar a uma vaga.
No PrograMaria Encontros powered by Hash recebemos convidadas para compartilhar como enxergam o papel das empresas no desafio de atrair, reter e desenvolver mais mulheres na tecnologia, e quais iniciativas têm desenvolvido para que haja cada vez #MaisMulheresNaTecnologia. Também conhecemos a jornada de Renata Lie Iwama, engenheira de dados da Hash na construção da área de dados dessa fintech brasileira de meios de pagamento presente em mais de 15 mil estabelecimentos comerciais.
Confira o evento na íntegra:
Como construímos a área de Dados na Hash, e porque ela é importante
Renata Lie Iwama, Engenheira de Dados na Hash, compartilhou sua trajetória como mulher na tecnologia, os desafios e as barreiras que teve de enfrentar e como foi o passo a passo da jornada de montar a área de Dados da Hash.
Ela falou sobre práticas para a criação de uma área de análise de dados, sua importância no dia a dia, além de dicas de carreira para as mulheres que almejam trabalhar na área de tecnologia.
Qual é o papel das empresas do mercado financeiro na construção de ambiente com #MaisMulheresNaTecnologia?
Para falar sobre o assunto, Iana Chan (fundadora e CEO da PrograMaria) começou apresentando alguns dados:
- segundo pesquisa da HerForce, de 2018, dentre 1200 entrevistadas, 97% disseram querer encontrar empresas que se preocupam com a diversidade de gênero para se candidatarem à vagas de trabalho;
- no levantamento feito pela PrograMaria, no começo de 2020, das quase 800 mulheres respondentes, 87% qualificaram como ‘Muito Importante’ para se candidatar a uma vaga, se as empresas já tinham alguma iniciativa em diversidade e inclusão.
Para discutir sobre o papel das empresas do mercado financeiro de tomar a frente no movimento por #MaisMulheresNaTecnologia, convidamos Marcela Zaidem, People Manager na Hash para mediar um papo com Luísa Soares, Head of Legal da Hash, Bruna Romão, Corporate Communications Analyst na Creditas e Renata Gusmão, Diretora de Diversidade e Inclusão da ThoughtWorks.
Neste painel, abordamos temas como atração, oportunidades de crescimento, retenção de mulheres na área, processos seletivos equânimes e o advento do ‘pink-washing’ nas empresas e nos processos de contratação.
“Gastos com diversidade são investimentos” – Luisa Soares
O Painel ainda teve dicas de como as mulheres podem aproveitar melhor as iniciativas de diversidade do mercado para a construção de sua carreira na tecnologia.
Algumas perguntas que nortearam o painel:
- O mercado financeiro, assim como o da tecnologia, também foi construído como majoritariamente masculino. Como isso impacta na atratividade de mulheres da tecnologia para trabalhar nessas empresas?
- Como as empresas podem ajudar na construção de um mercado de tecnologia com mais mulheres? (Iniciativas, comportamentos, ações, comunidades para se engajar, discurso). Quais vocês acreditam que são as peculiaridades do mercado financeiro, nesse caso?
- Como convencer a média e alta liderança de que diversidade é um tema sério e necessário? Qual a importância das áreas de diversidade e inclusão nessa conversa?
- Como preparar os times para receber as mulheres? Como estabelecer espaços confortáveis e acolhedores para elas?
- Como trabalhar na retenção das mulheres que eu já tenho no meu time? O que a empresa pode fazer para que as mulheres se sintam cada vez mais pertencentes a esse meio e que existe um futuro, também pra elas?
- Quais ações práticas vocês acham interessante para estabelecer espaços onde as mulheres consigam construir autoconfiança?
- Como fazer para não avaliar todas as pessoas com a mesma régua? Como estabelecer um processo que seja mais justo e que não selecione sempre pessoas iguais? Como fazer com que a diversidade seja, de fato, um diferencial (bom!) na hora da seleção?
- Quais dicas práticas vocês dariam para as mulheres conseguirem aproveitar melhor essas iniciativas que buscam mais diversidade?
Interpretação de Libras por Gabrielle Martins e Luana Manini.