Vivemos tempos desafiadores no mercado de trabalho, especialmente na área de tecnologia. Com a ascensão de demissões em massa (lay offs), muitos profissionais se encontram repentinamente questionando suas carreiras e identidade profissional.
Perder o emprego não é apenas uma questão financeira, é também um golpe emocional e psicológico. No entanto, esse momento de crise pode ser uma oportunidade valiosa para redefinir nossos caminhos e buscar novos horizontes.
Neste artigo, vou compartilhar minha experiência pessoal após ser demitida de uma empresa onde trabalhei por 36 anos. Descrevo os desafios que enfrentei, as lições que aprendi e as perguntas fundamentais que me ajudaram a transformar essa dor em uma rica jornada de autodescoberta e reinvenção.
O objetivo é inspirar outras que podem estar enfrentando situações semelhantes a verem suas demissões como um ponto de partida para novas possibilidades.
A dor da demissão
Após três décadas de dedicação em uma única empresa, a XYZ, ser demitida foi um choque inesperado. Eu havia construído uma carreira sólida, desde estagiária até cargos de liderança, e sempre me senti reconhecida e valorizada.
No entanto, a chegada da turbulência, com demissões em massa na indústria de tecnologia, me ensinou que, mesmo as trajetórias mais seguras, estão sujeitas a revezes.
Receber a notícia da demissão não foi apenas um momento de tristeza, mas também de reflexão intensa. Para mim foi em um momento entre a minha promoção e as temíveis listas de desligamentos. A frase de meu gestor — “o que não nos mata nos fortalece” — ecoou em minha mente, mas ao invés de me confortar, fiz um mergulho profundo nas minhas emoções, enfrentando o luto de forma honesta, cercada pelo apoio de amigos e familiares.
Vivendo o luto
O processo de luto não é linear e pode ser desafiador. Semelhante à teoria dos 5 estágios do luto proposta pela psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross, que aborda a negação, raiva, barganha, depressão e aceitação, cada fase exige um tempo único de processamento.
Contudo, criei minha própria abordagem e decidi não me limitar a esses estágios.
O que realmente importava era como eu iria ressignificar essa fase da minha vida.
O poder da autorreflexão: perguntas que transformam
Durante meu processo de luto, me deparei com uma série de perguntas que se tornaram um verdadeiro guia de auto reconhecimento:
1. Onde está o seu real poder?
2. O que torna você única e como isso pode colaborar com os outros?
3. Quando foi a última vez que você fez algo pela primeira vez? O que a impede de fazê-lo hoje?
4. Quais novas habilidades você pode começar a construir que beneficiem seu futuro?
5. Qual história você irá contar sobre si mesma?
Essas perguntas me ajudaram a refletir sobre o que eu realmente valorizava e abriram portas para novas oportunidades e perspectivas. Sentir-se perdida após o desligamento pode ser devastador, mas ao direcionar meu foco para o que eu queria fazer, em vez do que tinha perdido, consegui revigorar meu espírito.
Comece a caminhar, o caminho aparece – Rumi
Decidi que não queria permanecer presa em um ciclo de negatividade. Em vez disso, optei por me abrir para o universo e buscar novas oportunidades. Essa mudança de mentalidade resultou em uma agenda cheia de novas aventuras : meu 1º artigo para a PrograMaria, um MBA em AI iniciado em Outubro/24, comecei um livro que será lançado em 2025.
Estou transbordando de alegria, gestando meu próprio site, “Diversa Plus”, que simboliza a riqueza de experiências que todos nós podemos viver, respeitando nossa individualidade e a multiplicidade de possibilidades.
Conclusão
A demissão pode ser um dos momentos mais difíceis da vida, mas também é uma oportunidade de reinvenção e autodescoberta. Neste artigo, compartilhei meu próprio percurso desde a dor até a resiliência, demonstrando que, mesmo em meio à incerteza, podemos encontrar clareza e propósito.
Ao se abrir para novas possibilidades e questionar a si mesme, você pode fazer escolhas que ressoem verdadeiramente com suas paixões e aspirações.
Agora é a sua vez! Se você está enfrentando um momento de transição ou demissão, faça a si mesma essas perguntas e descubra o que realmente deseja para o seu futuro.
Comente suas reflexões ou compartilhe este artigo com alguém que possa precisar de inspiração. Juntes, podemos transformar crises em oportunidades de crescimento e renovação.
Artigo escrito por Maria Torres, da Comunidade Programaria.
Referências:
1. Teoria de Elisabeth Kübler-Ross sobre os 5 estágios do luto
2. Access Consciousness é uma prática que visa ajudar as pessoas a mudar a forma como se sentem, percebem, julgam e vivem. A técnica é baseada na ideia de que a consciência pode mudar qualquer coisa.