PrograMaria Summit aproxima mulheres desenvolvedoras a empresas de tecnologia
Com palestras, mentorias e speed hiring, evento apoiou mulheres que trabalham no setor a gerenciarem suas carreiras
Jayne Oliveira/PrograMaria
No dia 07 de setembro, cerca de 300 mulheres participaram da segunda edição do PrograMaria Summit. Diferente da maioria das ações desenvolvidas pela PrograMaria – uma iniciativa que tem como objetivo empoderar mulheres por meio da programação e tecnologia – esse evento foi desenhado para aquelas que já atuam no setor e buscam se desenvolver na carreira ou encontrar novas oportunidades.
Separado em duas trilhas técnicas (front e back-end) e uma geral, o evento tratou temas específicos de cada área de atuação e abordou assuntos como inteligência emocional, inovação e tendências. Ao mesmo tempo, as mulheres puderam participar de sessões de mentorias e speed hiring, além de conhecer as oportunidades oferecidas pelas empresas Oracle, Vivo, AWS, Amazon, Everis, QuintoAndar, Nubank, Bossabox, Wildlife e Accenture, patrocinadoras do PrograMaria Summit.
As cofundadoras do The Girls on the Road, Fernanda Moura e Taciana Mello, abriram o evento respondendo à pergunta “por que precisamos de mulheres tech na liderança?” ao compartilhar histórias de mulheres empreendedoras que conheceram ao viajar o mundo.
Em seguida, Suelen Marcolino, do LinkedIn, subiu ao palco para dar dicas de planejamento e gerenciamento de carreira para as participantes. “Não basta a gente se qualificar só tecnicamente, a gente tem que ter coragem de avançar”, incentivou, ao dar exemplos de como, muitas vezes, mulheres encontram em outras áreas de estudo, respostas para os problemas da tecnologia.
O primeiro painel do dia, com Carol Sierra (Vivo), Karen Novaes (Google), Margareth Goldenberg (Movimento Mulher 360) e Iana Chan, fundadora da PrograMaria, discutiu os caminhos para construir uma empresa diversa e inclusiva. “A nossa postura profissional, dentro do mundo corporativo, tem que ser uma postura construtiva, de mostrar que nós podemos auxiliar nessa mudança [em criar equipes mais diversas] e não uma postura combativa, como se existissem culpados e vítimas”, disse Margareth, ao contar que hoje, as jovens ativistas são muito impulsivas e, muitas vezes, perdem espaço por isso.
Fechando a manhã, Amanda Gomes, do Programa Elas, subiu ao palco com dicas para superar a síndrome do impostor, conversando com as mulheres sobre como lidar com as emoções pelas quais são muitas vezes julgadas: “não temos que ser mais racionais, temos que ser mais assertivas. Assertividade é saber que eu me emociono sim, mas eu entendo como ela funciona, preciso respeitar minhas emoções e canalizá-la porque eu quero”, disse.
Na trilha front-end, as desenvolvedoras Paula Allemand (Tera), Ana Bastos, Larissa Tobias (QuintoAndar), Lais Lima (Cosmobots) e Andrea Zambrana (Loggi) abordaram os temas acessibilidade, planejamento e otimização para performances, importância do Design System, automação de testes e microfrontends.
Dani Monteiro (WDB Consulting), Gabriela Pilegi (Nubank), Marylly Silva (ThoughtWorks), Letícia Santos (AWS), Carolina Bocuhy (Vivo), Elisa Kobayashi (Oracle) e Gabriela Mattos (ThoughtWorks) palestraram na trilha específica do back-end sobre NoSQL, arquitetura funcional em microsserviços, DevOps, AWS Containers, case Salesforce, uso de Big Data, TDD e qualidade do código.
Mafoane Odara, do Instituto Avon, deu continuidade à trilha geral com uma conversa sobre comunicação não-violenta. “Na vida, a gente tem dificuldade de lidar com conflitos. Mas o conflito não foge da gente, e quando ele vem, vem de forma violenta”, disse, abrindo sua palestra.
Dani Botaro, da Oracle, Alissa Munerato, da Universidade Federal do ABC e Haydée Svab, da ASK – Associated Researchers, participaram do painel sobre algoritmos e vieses inconscientes. “Nós todos temos preconceitos porque somos humanos e passamos isso para os algoritmos”, disse Botaro. “Máquina não aprende com máquina, aprende com a gente”, completou Munerato, que questionou a diversidade em equipes de desenvolvimento de produtos como as smartbands – pulseiras inteligentes que têm mais dificuldade em ler sinais vitais de pessoas negras. “Será que se esse produto tivesse sido desenvolvido por uma equipe diversa, ele funcionaria assim? Se você desconsidera mais de 50% do seu público, seu desenvolvimento de produto já nasce errado”, finalizou.
“A mais longa pesquisa sobre felicidade no mundo, feita por Harvard há 80 anos, mostra que as pessoas mais felizes, que mais tem bem-estar e equilíbrio e estão mais prontas para lidar com as adversidades da vida, são as pessoas que têm vínculos”, disse Carol Romano (Maker Brands) fechando a última palestra do Summit e compartilhando insights de estudos sobre longevidade e a importância da felicidade.
Iana encerrou a programação agradecendo às mulheres presentes, patrocinadoras e toda a equipe que trabalhou no evento e lembrando da proposta inicial: “Existe um fenômeno de evasão das mulheres do mercado de tecnologia. É contraprodutivo falar sobre atrair mais mulheres para essa área, se elas não permanecem nela e não encontram oportunidades para desenvolver suas carreiras. O PrograMaria Summit foi desenhado para apoiar as mulheres que já trabalham na tecnologia, pois percebemos que é necessário continuar apoiando para que desenvolvedoras consigam evoluir e se aprimorar profissionalmente”, finalizou.
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